Os mitos que falam sobre a gestação.

Desde tempos remotos, a gravidez é um dos períodos da vida mais cercados de mistérios e encantamentos – afinal, poucas coisas podem ser tão emocionantes quanto a gestação de um outro ser. Vem dos tempos antigos também alguns dos mitos que até hoje fazem a cabeça de muitas mulheres, como a idéia de que grávida não deve comer frutas ácidas. Conheça essa e outras lendas sobre o período da gestação.

 

 

 

Grávidas não devem fazer exercícios físicos

Muitas gestantes praticam exercícios regularmente sem que haja prejuízo para elas ou para o bebê. A atividade física é, na verdade, vantajosa para a futura mamãe, pois promove bem-estar, melhora a circulação sangüínea e o padrão de sono, alivia dores lombares, entre outros benefícios. Antes de começar a se mexer, no entanto, seu obstetra precisa liberar a prática, pois há casos em que ela realmente não é recomendada. Lembre-se, também, que neste período deve-se privilegiar modalidades de baixo impacto, como hidroginástica, caminhada e relaxamento.

Massagens ajudam a aumentar o leite para a futura amamentação

A própria natureza se encarrega de preparar os seios da mulher, por isso, cuidados especiais não são necessários. Quando o assunto é a produção de leite, a regra é uma só: quanto mais o bebê mama, mais leite materno é produzido!

Cólicas na gravidez devem sempre causar preocupação

Na gravidez, o útero cresce e faz pressão nas estruturas pélvicas vizinhas, o que torna as cólicas bastante comuns, principalmente no início. De toda forma, você precisa manter seu médico informado sobre toda e qualquer manifestação que sentir no decorrer da gestação.

O excesso de azia indica que o bebê será do sexo masculino

A azia nada mais é do que um dos principais desconfortos relatados na gravidez. Mais freqüente a partir do segundo trimestre, quando o bebê está maior, ela acontece devido ao aumento do útero, que comprime o estômago e faz o conteúdo gástrico refluir. Ou seja, o desconforto da azia não tem nada a ver com o sexo do bebê: pode acontecer tanto na gestação de meninos quanto na de meninas.

 

 

Frutas ácidas fazem mal ao bebê, por isso as grávidas devem evitá-las

Não existe nenhum estudo específico que comprove essa afirmação. As grávidas, na verdade, devem preocupar-se em ter uma dieta saudável e balanceada. Assim, caso gostem de frutas ácidas e não tenham problemas gástricos, podem consumi-las sem problemas. Há quem diga, inclusive, que este tipo de fruta ajuda a diminuir a sensação de enjôo e náusea, mas atenção: assim como tudo na vida, nada de exagerar na dose.

Tingir o cabelo não faz mal…

A orientação da grande maioria dos especialistas é a de a mulher não usar produtos químicos (tintura, relaxamento, permanente, etc.) no cabelo durante o período de gestação. O couro cabeludo é muito vascularizado, o que permitiria que substâncias tóxicas chegassem até o bebê através da corrente sangüínea. Se você gosta de colorir os cabelos, não fique triste: uma alternativa mais segura é usar corantes naturais, sem amônia, como a hena.

Mulheres acima de 35 anos não podem ter parto normal

A idade não é determinadora do tipo de parto, mas sim fatores como sedentarismo, presença de pressão alta, diabetes, elasticidade do tecido, tamanho fetal, riscos envolvidos, etc. Muitas mulheres acima de 35 anos têm parto normal sem problemas. O que deve ser considerado é o seu caso específico e as orientações do seu obstetra.

Um bebê “mais quietinho” é sempre sinal de problema

 

Desde a barriga, cada pessoa tem suas características peculiares! É por isso que uns bebês podem se mexer tanto, enquanto outros são mais quietinhos. Além disso, pode ser que algumas mulheres possam ter mais sensibilidade em perceber as movimentações do feto. O mais importante neste assunto é o médico acompanhar a gravidez e fazer todos os exames necessários para saber como anda a saúde do bebê.

 

 

 

Agora que você já conhece alguns mitos da gravidez, aguarde nosso próximo post. Será as “verdades” deste acontecimento tão importante da vida da mulher.

abril 7, 2008. Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , . filhos, Gravidez, mães. Deixe um comentário.

Preocupação demais, brincadeira de menos

Como a angústia das mães brasileiras com a segurança
compromete o desenvolvimento das crianças

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Ser mãe no Brasil é… dizer não, ainda que com o coração apertado, quando a babá pede para passear com a criança na pracinha do bairro. Não desgrudar os olhos da janela na primeira vez que seu filho pede para ir sozinho à padaria da esquina. Inventar atividades dentro de casa (no máximo lá embaixo, no playground do prédio) para protegê-lo dos riscos da rua. Encher-se de aflição ao deixar o pequeno em uma festinha. Não é exagero: as mães brasileiras estão entre as mais preocupadas do mundo – 65% delas reconhecem que, por causa de suas próprias ansiedades, não deixam os filhos brincar fora de casa. Elas só perdem em aflição para as mães turcas (83%), de acordo com uma pesquisa da Unilever feita com 1 500 mães de meninos e meninas de 1 a 12 anos, de dez países – de Estados Unidos, Inglaterra e França a Turquia, Índia e Tailândia. Do temor de seqüestros e assaltos ao simples medo de o filho se machucar, as brincadeiras ao ar livre são um tormento para as mães brasileiras. Mas elas vivem um dilema: embora evitem que seus filhos brinquem fora de casa, reconhecem que o contato com outras crianças, as atividades na rua e a independência são fundamentais para o crescimento saudável deles. Segundo o levantamento, sete em cada dez se preocupam com o fato de que os pequenos passam muito pouco tempo brincando fora. “A criança está sendo privada da oportunidade de brincar, de se divertir, de aprender a partir da própria curiosidade”, escreveram os autores do estudo, o professor de psicologia Jerome Singer e a pesquisadora Dorothy Singer, ambos da Universidade Yale, nos Estados Unidos.

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A insegurança das mães brasileiras, bem acima da média global, que é de 48%, é compreensível. Brasil, África do Sul e Índia estão entre os dez países com as mais altas taxas de seqüestro. Nas principais capitais brasileiras, onde o índice de furtos, roubos e assassinatos é altíssimo, a conseqüência mais evidente é o pânico da exposição. Mas há um limite de razoabilidade para esse tipo de preocupação. Pais excessivamente protetores geram crianças ansiosas e inseguras. Não se trata, obviamente, de deixar os pequenos soltos na rua, sem nenhuma supervisão. O problema hoje é que muitos pais, sob o argumento de que o mundo é extremamente violento, nem mais permitem a seus filhos atravessar a rua sozinhos ou andar de ônibus. “A criança precisa enfrentar a vida, com todas as suas vicissitudes. Do contrário, corre o risco de ficar extremamente dependente”, diz a psicopedagoga Maria Angela Barbato Carneiro, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O mesmo vale para o temor generalizado de que as crianças se machuquem quando brincam fora de casa. Convenhamos, afastá-las do risco ou optar pelo playground com piso emborrachado não as estimula a se defender dos perigos. “Eliminar do desenvolvimento infantil a brincadeira livre e descompromissada prejudica o desenvolvimento físico e intelectual dessas crianças”, afirma Maria Angela.

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 Porque seus filhos brincam menos, uma em cada seis mães tem receio de que as crianças de hoje sejam privadas de sua infância. No Brasil, 86% das mães têm essa preocupação. “Embora eu tenha tido uma infância bastante diferente e livre, no interior de São Paulo, não deixo minhas filhas brincarem na rua”, conta a empresária Neusinha Farina, de 36 anos, mãe de três meninas de 10, 8 e 3 anos. “Prefiro os parques fechados, onde elas ficam mais seguras. É a realidade delas”, afirma. Há ainda outro tipo de preocupação materna que também ajudou a alçar as brasileiras às posições de liderança: o medo de o filho adoecer, contraindo vírus e bactérias pela convivência com outras crianças. E eis aqui um contra-senso. Cerca de 70% das brasileiras ouvidas consideram que sujar-se e entrar em contato com vermes é uma experiência valiosa para os pequenos. Ainda assim, elas evitam os espaços públicos. Brincar com terra, areia e água, ao contrário do que muitas mães imaginam, torna o sistema imunológico das crianças mais resistente. Além disso, como bem reconhecem as mães entrevistadas nesta pesquisa, brincar em parques e praças é a atividade que melhor proporciona a formação de vínculos com o filho.

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 Como a aflição materna influi diretamente na quantidade de tempo que os filhos passam dentro de casa, é inevitável que isso acabe por colocá-los diante de um aparelho de televisão. Desde muito cedo, eles se tornam dependentes de TV, vídeos e computadores. Oito em cada dez mulheres relatam que seus filhos vêem televisão com freqüência – especialmente se as crianças forem maiores, entre 7 e 12 anos. Não se trata de condenar esse tipo de atividade. Mas o ideal, dizem os especialistas, é que o passatempo se resuma a cerca de uma hora por dia. Bem menos do que a média atual dos meninos e meninas brasileiros, que passam três horas e meia diárias colados a uma tela. Esse problema é ainda maior em famílias com poucas crianças – quanto mais filhos em casa, mais eles brincam fora, mostra o estudo. Por fim, a falta de tempo das mães é, ao lado da questão da segurança, o maior obstáculo à brincadeira dos filhos. “As mulheres, de forma geral, são muito sobrecarregadas. Além das pressões externas, existem os conflitos internos, como o pouco tempo para se envolver com os filhos”, escreveu o casal Singer. Quem paga a conta dessa sobrecarga são as crianças.   

 

 

março 24, 2008. Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , . filhos, mães. 2 comentários.

FALTA DE APETITE EM CRIANÇAS… O QUE FAZER?

A queixa de muitas mães aos seus pediatras e nutricionistas é rotineira e muitas vezes as causas podem estar nas próprias atitudes dos pais. Saiba um pouquinho mais sobre como deve ser a alimentação infantil e quais as causas da falta de apetite nas crianças.  

Normalmente as mães se cobram muito e cobram muito a criança a respeito da alimentação. Por ser um papel materno, a alimentação é muito valorizada e a preocupação em excesso pode gerar ansiedade e prejudicar esse ato tão importante que é o de alimentar um filho. Cobranças internas, de avós, sogras ou outras pessoas próximas prejudicam e devem ser cortadas pelas mães. A amamentação ao seio é a primeira relação entre o bebê e o mundo que o cerca e por isso é fundamental. Além de representar o alimento, o seio é uma descoberta e representa o afeto, o vínculo com a mãe. A alimentação da criança no futuro será o resultado do relacionamento estabelecido entre ela e o ambiente em que vive e principalmente do afeto entre o bebê e a mãe. 

A depressão pós-parto tem grande influência no bebê. Ansiedade, carência e baixa auto-estima podem ocorrer em função de um relacionamento ruim entre mãe e filho, já que para o bebê a amamentação está diretamente ligada com o afeto. O bebê que tem um bom vínculo com a mãe se torna mais feliz, mais seguro e amado. Por isso é importante que as mães estreitem esse vínculo com o bebê, que normalmente ocorre através da amamentação. Mas infelizmente parece que cada vez mais as mães diminuem o tempo de amamentação. O trabalho, indispensável nos dias de hoje, reduz o período de amamentação. Mas enquanto for possível, as mães devem amamentar e reservar um tempinho somente para os pequenos.  

Alimentação como prêmio
“Pais ausentes muitas vezes querem compensar sua falta de atenção e carinho com comida” diz Claudia Pereira, psicóloga clínica especialista em Psicologia Comportamental e Cognitiva pela USP. E normalmente os alimentos escolhidos pelos pais são aqueles menos nutritivos como doces e fast food. Isso piora a qualidade da alimentação, gera ganho de peso e inverte valores. A criança começa a entender que o alimento calórico é um prêmio, é uma coisa boa, valorizada pelos pais, o que pode gerar obesidade e baixa auto-estima.
  

“A alimentação deve ser um processo natural, equilibrado, sem restrições e sem excessos, que valorize a saúde e desenvolvimento normal da criança” 

Os pais não devem ceder os caprichos da criança. Uma alimentação saudável e balanceada não contempla apenas salgadinhos de pacote, bolachas e frituras. É importante que a criança tenha um prato completo e variado e que alimentos saudáveis sejam oferecidos diariamente dentro de uma rotina estipulada. 

Inapetência fisiológica
A partir dos 9 meses a criança cria uma certa autonomia e a recusa alimentar pode aparecer. Por volta de 1 ano ocorre uma desaceleração do crescimento normal da criança e por isso a demanda por alimentos diminui, o que acaba preocupando muitos pais. Mas é preciso entender que esse é um processo fisiológico e que as crianças não comem as mesmas quantidades que os adultos. A oferta de frutas, verduras, legumes, carnes, leite e derivados e cereais diariamente é fundamental.

Ambiente inadequado
Segundo Claudia a maioria dos casos de inapetência infantil, que é a falta de apetite são causados pelo ambiente inadequado. “A criança vai crescer saudável emocional e fisicamente se viver num ambiente familiar adequado, onde os pais conversam com o bebê, o tratam com carinho, atenção e cuidados”. Muitas vezes os pais não percebem que suas atitudes prejudicam a alimentação da criança. “Não ter rotina na hora das refeições, é um erro. Crianças que almoçam 12 horas um dia e 16 horas outro dia, não criam hábitos, e isso é ruim. Limites e rotina são importantes para as crianças” diz a psicóloga.
Liberdade e independência
Outro erro comum dos pais é não dar liberdade e independência às crianças. “Elas precisam comer sozinhas, se sujar, conhecer os alimentos. Só assim poderão ter experiência, as mãos e a boca são os meios da criança conhecer os alimentos”. Por volta de 1 ano, a criança está bastante envolvida com o ato de brincar e pode querer brincar com o alimento. É importante que os pais deixem a criança mexer no alimento, mas incentivem sempre o ato de comer. As crianças começam também a querer imitar os adultos, serem “independentes” e cabe aos pais paciência e deixar a criança experimentar as sensações. O mesmo se refere à consistência dos alimentos. Os pais não devem ter receio de dar alimentos mais sólidos e diferentes, desde que seja de acordo com a idade apropriada.


Respeitar as escolhas e oferecer sempre
Os pais devem lembrar que os alimentos devem ser bem preparados, o que envolve a escolha, a compra, a conservação, o preparo e o oferecimento à criança. Deve haver variedade no preparo dos alimentos, ou seja, os pais devem fazer refeições variadas e coloridas. Arroz e feijão, as carnes, verduras, legumes e frutas devem variar diariamente, se possível.
Se a criança rejeitar um alimento, os pais não devem desistir, ofereça sempre que possível. À vezes em um determinado momento a criança não estava disposta ou não gostou do tipo de preparação. Esclareça a criança a respeito da importância da boa alimentação, dos nutrientes e suas funções e desde cedo explique também que certos alimentos não fazem bem à saúde e devem ser evitados.


Aumento do apetite
Por volta dos 5 anos a criança tende a aumentar seu apetite e passa a comer melhor. Não deixe de oferecer alimentos saudáveis e não estimule os industrializados, fast food e doces. É importante ressaltar que também não se deve criar um ambiente crítico e totalmente adverso aos alimentos, mesmo que sejam gordurosos e ricos em açúcar. A alimentação deve ser um processo natural, equilibrado, sem restrições e sem excessos, que valorize a saúde e desenvolvimento normal da criança.

março 17, 2008. Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , . alimentação, filhos, mães. Deixe um comentário.